Operação da Polícia Civil prende suspeito de hackear celulares para furtar dinheiro de vítimas

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Grupo criminoso teria causado prejuízo de R$ 120 mil após esvaziar as contas bancárias das vítimas que vivem em Palmas (TO). Polícias de São Paulo e Tocantins cumpriram 18 mandados em operação autorizada pela Justiça. Mandados foram cumpridos por agentes da Polícia Civil
Dicon/SSP-TO/Divulgação
Mandados de prisão e ordens de busca e apreensão foram cumpridos em cidades de São Paulo, nesta quinta-feira (10), em uma investigação da Polícia Civil do Tocantins que apura crimes virtuais. Os criminosos teriam causado prejuízo superior a R$ 120 mil após invadirem celulares e esvaziarem as contas bancárias de vítimas que vivem em Palmas (TO).
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São quatro ordens de prisão preventiva, contra três suspeitos, e 14 mandados de busca e apreensão expedidos por duas varas criminais de Palmas. A operação foi realizada nas cidades paulistas de São Paulo, Praia Grande, Araçatuba, Guarulhos e Ferraz de Vasconcelos.
A investigação é realizada pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC – Palmas). O cumprimento dos mandados contou com 60 agentes das polícias do Tocantins e de São Paulo.
Ataque ‘Mão Fantasma’
A operação, chamada de Ghostbusters III, teve o objetivo de desarticular organizações criminosas especializadas no ataque chamado pela polícia de “Mão Fantasma”. Nesse golpe, os criminosos usam artifícios para acessar os celulares das vítimas remotamente, por meio da instalação de aplicativos, e depois acessam as contas bancárias e aplicações financeiras.
O pretexto usado pelos criminosos é de que o aplicativo é necessário para a remoção de vírus e ameaças digitais, mas, na verdade, acaba concedendo o acesso remoto aos suspeitos.
Segundo a polícia, 30 pessoas são investigadas e respondem por organização criminosa, furto eletrônico e lavagem de capitais.
Um dos suspeitos presos é um jovem de 20 anos identificado pelas iniciais V. C. P. Com ele foram apreendidos celulares, notebooks e outros dispositivos eletrônicos.
Os outros dois suspeitos, alvos de mandados de prisão, não foram localizados e são considerados foragidos. A polícia também conseguiu fazer o bloqueio e sequestro de valores dos envolvidos.
O suspeito preso deve ser transferido para o Tocantins. O nome dele não foi divulgado e o g1 não conseguiu contato com a defesa.
Como funciona o golpe
As investigações começaram no fim de 2022, após seis moradores de Palmas terem suas contas bancárias invadidas e sofrerem prejuízo somado de, aproximadamente, R$ 120 mil.
Conforme a polícia, o ataque normalmente se inicia com uma ligação, na qual o criminoso se apresenta como funcionário de uma instituição financeira. Ele comunica supostas movimentações atípicas na conta bancária da vítima, como tentativas de compras e transferências previamente notificadas através de mensagens SMS.
“O suposto funcionário indica a necessidade de uma varredura digital no dispositivo, que seria executada remotamente pelo atendente por meio da instalação de um aplicativo, procedimento que reforçaria os mecanismos de segurança e impedir novas invasões”, explicou o delegado Lucas Brito Santana.
Após a instalação do aplicativo, os criminosos conseguem acesso total ao dispositivo e podem fazer transferências, pagamentos, empréstimos e adiantamentos.
Ainda segundo a polícia, durante a ligação os criminosos apresentam cordialidade, linguagem culta e usam recursos tecnológicos, como gravações das centrais e até simulam transferências para outros atendentes. Segundo a polícia, eles até conseguem mascarar o número de telefone para parecer com canais de atendimento.
O nome da operação, “Ghostbusters”, significa Caça-fantasmas e faz relação com a forma de agir dos criminosos, que segundo a polícia, agiam como autênticos “fantasmas”.
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Fonte: G1 Tocantins